Um dos preletores do Congresso Internacional de Missões - CIMAD, o pastor José Satírio dos Santos fala sobre o trabalho que realiza há 36 anos em solo colombiano.
Em 1974 o pastor José Satírio dos Santos deixou o Brasil sem nenhuma garantia de apoio financeiro e viajou por durante 42 dias com toda a família, desde São Paulo até o norte, onde em uma ação ousada desbravou as selvas amazônicas até chegar à Colômbia, o país para o qual fora claramente chamado por Deus. Humanamente falando, trata-se de uma história que tinha tudo para resultar em um retumbante fracasso.
Ele instalou-se em Cúcuta, como o Senhor havia lhe mostrado e lançou-se à obra naquela região. A semente que foi plantada germinou e hoje os frutos falam por si. Pastor José Satírio lidera um dos maiores empreendimentos missionários da América Latina, o Centro Cristiano.
Outras cidades colombianas foram alcançadas pelo trabalho do ousado missionário. São aproximadamente 45 mil membros espalhados entre a sede, congregações e igrejas filiadas; o projeto também abrange o serviço social através de escolas de Primeiro e Segundo graus, como também emissoras de rádio e uma atuação intensa do pastor José Satírio como conferencista que se propaga por toda a América Latina.
CPAD News – Como foi a sua chamada ao ministério e ao campo missionário?
A minha chamada ao ministério deu-se durante a minha adolescência, e nesse período eu estava com 13 anos de idade. Por essa época eu senti uma profunda chamada para adorar e acompanhar a minha família aos cultos. Desci às águas batismais com o compromisso para servir ao Senhor. A partir de então passei a colaborar nos serviços de evangelização a fim de ganhar almas para o Senhor Jesus. Quanto à chamada para a Colômbia, a mesma se deu no ano de 1974.
CPAD News – Quais foram as principais dificuldades no início de suas atividades na Colômbia?
As dificuldades começam quando um estrangeiro não domina o idioma nativo e desconhece a cultura local; dessa forma torna-se necessário transpor esses dois obstáculos mediante um tempo e uma vontade de aprender o idioma e se familiarizar com a cultura, ou seja, é o processo tão necessário no campo missionário e que se chama transculturação. No meu caso, esse processo durou 10 anos.
CPAD News – A igreja do irmão tem se destacado por ser extremamente ativa em várias áreas. Quais são hoje, as áreas de atuação da igreja e quais as principais?
O Centro Cristiano em Cúcuta se preocupa com o desenvolvimento integral do crente, da família, e nós desenvolvemos a evangelização como parte da educação; criamos um centro chamado Ebenézer, que atende nessa área da educação desde a infância até o nível técnico. Outro setor que tem se desenvolvido é o de Comunicações. Nós temos uma emissora de rádio e um canal de televisão de caráter popular. Outra emissora também está sendo instalada na cidade de Chinácota, na Colômbia. A cidade de San Cristóban, também na Venezuela, funciona uma emissora de rádio e um projeto missionário com o mesmo perfil adotado em Cúcuta, ou seja, um projeto que abrange a educação, pessoas necessitadas entre elas 700 crianças antes de irem para as suas aulas; outros povoados venezuelanos também são alcançados pelo nosso projeto.
CPAD News – Quantos templos, membros e congregados aproximadamente tem a igreja fundada pelo irmão?
Falando da área metropolitana e de fronteira na Colômbia, os números giram em torno de 37 templos, quanto aos membros estamos alcançando a cifra de 45 mil.
CPAD News – O senhor acredita na possibilidade de a Colômbia e a América Latina como um todo poderem experimentar futuramente um avivamento espiritual?
Nós sentimos que na Colômbia estamos vivendo o avivamento espiritual, mas ele vai mudando as suas características. Em alguns países da América Latina, também as características são visíveis. Quando observo uma igreja em um país que ama e alcança os perdidos, transformando-o em um multiplicador, esse amor permanece não por alguns meses, mas por anos, então eu posso dizer que este é o avivamento. Essa característica é própria da Colômbia, quase em um plano geral nesse país, e eu digo que isto ocorre em alguns países da América Latina.
CPAD News – Que conselhos o senhor daria àqueles que sentem-se chamados para atuar na obra missionária?
Em primeiro lugar que o missionário esteja consciente do grande compromisso que deve assumir quanto ao trabalho que deve ser realizado; atualmente percebemos que os candidatos são todos ótimos mas o campo exige pessoas que permaneçam lá. Dessa forma eu aconselho a todas aos interessados que nenhum projeto missionário pode ser bem sucedido se não houver um espaço de tempo compreendido entre cinco ou 10 anos.
Entrevista publicada originalmente no site CPAD News
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