Juiz não baseou condenação de pastor na lei, mas em textos escritos por religiosos
O pastor Behrouz Sadegh-Khandjani, Mehdi Furutan, Mohammad Beliad, Parviz Khalaj e Nazly Beliad foram intimados a comparecer no tribunal dentro de duas semanas, de acordo com a Christian Solidarity Worldwide.Eles foram presos em junho do ano passado sob a acusação de apostasia, realização de reuniões “políticas”, blasfêmia e crimes contra a ordem islâmica.
O Tribunal Revolucionário em Shiraz, concluiu que os cinco homens eram culpados de crimes contra a ordem islâmica e os condenou a um ano de prisão.
Eles cumpriram oito meses de sua pena antes de serem liberados em fevereiro sob fiança.
O advogado apelou da sentença de prisão de um ano e uma decisão ainda está pendente. Presumia-se que as acusações contra eles por blasfêmia haviam sido retiradas, mas uma fonte próxima confirmou que eles também estão para ser julgados por esse “delito”.
O diretor nacional da CSW, Stuart Windsor, disse que estava "consternado" pelas acusações contra o grupo. "A comunidade internacional deve pressionar o Irã não apenas para anular as punições injustas a que estes cristãos já foram submetidos, mas também absolvê-los no próximo julgamento", disse ele.
A CSW disse que a situação dos cristãos no Irã foi piorando, há igrejas encontrando dificuldades para realizar reuniões e muitos cristãos estão pensando em deixar o país.
Ele expressou preocupação com Yousef Nadarkhani, o pastor de uma igreja grande em Rasht, que foi preso em 2009 e depois condenado à morte por apostasia.
Como não existem artigos de criminalização por apostasia no código legal iraniano, o juiz baseou sua decisão em textos escritos por eruditos religiosos iranianos.
O pastor Nadarkhani permanece na prisão aguardando o resultado de um recurso interposto no Supremo Tribunal Federal em dezembro passado. Uma audiência deve ocorrer nos próximos dois meses.
O Sr. Windsor apela ao Irã para garantir a liberdade religiosa a todos os seus cidadãos. Ele disse: "Estamos preocupados que a decisão proferida no caso do pastor Nadarkhani em que não respeitaram o devido procedimento da lei iraniana”.
E completa: "Como signatário do Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos, o Irã tem a obrigação de respeitar os padrões internacionais de liberdade religiosa para todos os seus cidadãos, para seguir o devido processo e abster-se de decisões judiciais arbitrárias, baseadas na legislação em aberto".
Fonte: Christian Today / Redação CPAD News
Foto: AP
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