PL 122: atenção, senadores, o Brasil não é a Uganda!
Para nós, cristãos que seguimos de fato a Bíblia, a homossexualidade sempre foi e sempre será uma prática pecaminosa. Não porque sejamos homófobos (ou homofóbicos), mas porque Deus, na sua Palavra — tanto no Antigo Testamento (Gn 19.4,5; Lv 18.22; 20.13; Dt 23.17; 1 Rs 14.24; 15.12; Is 3.9), como nas páginas neotestamentárias (Rm 1.27; 1 Co 6.9,10; 1 Tm 1.8-10; 2 Pe 2.6; Jd v.7) —, condena explicitamente a relação entre pessoas do mesmo sexo.
Por outro lado, temos aprendido a ser moderados e a responder com mansidão e temor a todos que pedirem a razão da esperança que há em nós (1 Pe 3.15). Não queremos medir forças com o movimento LGBTTTS (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Transgêneros e Simpatizantes). Nosso Reino não é deste mundo, haja vista obedecermos ao Senhor Jesus (Jo 18.36). À semelhança do nosso Mestre, vemos os pecadores como ovelhas sem pastor (Mt 9.36).
Conquanto respeitemos as pessoas e suas opiniões, não somos obrigados a aceitar como não-pecaminoso aquilo que o nosso Senhor considera abominável em sua Palavra. E, por isso mesmo, os políticos que conhecem os princípios bíblicos travam agora uma batalha no Senado para impedir a aprovação do Projeto de Lei da Câmara, número 122, de 2006 — conhecido como PLC 122/2006 ou simplesmente PL 122. Se o tal se transformar em lei, qualquer opinião sobre a homossexualidade, mesmo que respeitosa, caracterizará crime de homofobia.
Para o movimento LGBTTTS, essa nova lei se justifica em razão de haver muita violência, agressões verbais e humilhações praticadas por heterossexuais contra os homossexuais (homofobia). E essa opinião — que vê o Brasil como se fosse a Uganda — tem levado muitos homossexuais a, erroneamente, considerarem homófoba (ou homofóbica) qualquer pessoa contrária ao homossexualismo.
A pregação contra o homossexualismo é considerada uma ofensa ao movimento LGBTTTS. Mas este precisa saber que a manifestação acintosa e debochada desse movimento em público e em programas de TV agride os valores morais do cristianismo biblicocêntrico, sendo um péssimo exemplo para as crianças e adolescentes, que estão em formação. Mas muitos gays, não satisfeitos em poder ser o que são, livremente, querem “esfregar na cara de todo mundo” a sua condição, com muito orgulho. E, segundo alguns deles, quem não é gay está por fora, como declarou recentemente o astro Rick Martin à revistaVeja.
Nunca foi tão difícil educar os filhos de acordo com os valores cristãos. Os pais precisam estar muito atentos, pois o bombardeio na mídia contra a família é muito grande. Já há livros, nas bibliotecas das escolas públicas e particulares, nos quais há incentivo aberto, mediante ilustração, à homossexualidade. E o governo ainda quer distribuir um kit que não apenas combate a homofobia, mas induz à prática homossexual?! As crianças não podem ser manipuladas dessa forma.
Pouca gente fala da efebofilia (abuso sexual perpetrado contra adolescentes). O termo, não muito usual — gr.éphébos, “adolescente”; e gr. phílos, “amigo” —, designa a compulsão por relações sexuais com adolescentes. E esse tipo de abuso tem sido cometido principalmente por homossexuais que gostam de “carne nova”. Na Uganda, por exemplo, já há até um projeto de lei específico para coibir esse tipo de crime. O problema é que lá até mesmo a homossexualidade poderá ser punida com pena de morte, o que é um exagero. É como se fosse um PL 122 às avessas.
Mas, das três mil ocorrências de abuso de padres contra menores, 90% delas foram praticadas contra adolescentes, e 10% contra crianças. Esses dados são do Vaticano, que tem atribuído o gravíssimo desvio dos sacerdotes à prática homossexual, e não ao celibato. Isso porque a efebofilia pode envolver, de certa forma, atração recíproca, sentimentos, diferentemente da pedofilia, em que a criança, completamente inocente, é iludida, enganada ou forçada.
É evidente que há pessoas não homossexuais que abusam de menores. Nesses últimos dias, inclusive, tem aumentado até os casos de pastores — falsos obreiros, é claro — que abusam de filhas adolescentes dos membros das suas igrejas. Mas não há como negar que boa parte desses atos efebófilos está atrelado à homossexualidade.
Voltando ao PL 122, concordo plenamente que haja punição exemplar para heterossexuais que pratiquem homofobia, visto que esta envolve ódio, violência, discriminação. Mas pergunto: Será que, ao privilegiar o movimento LGBTTTS, considerando a prática da homossexualidade tão normal quanto a heterossexualidade, a ponto de criminalizar a livre manifestação da opinião, não haverá incentivo tácito aos crimes (e pecados) cometidos por homossexuais, como a efebofilia?
Finalmente, a pretensa fundamentação para o reconhecimento de tal lei estaria no artigo 5º da Constituição Federal: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiras e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e a propriedade”. Mas, se há liberdade para as pessoas LGBTTTS se expressarem, também deve haver essa liberdade para os evangélicos.
Por que uns não podem se expressar amplamente, emitindo a sua opinião sobre qualquer tipo de assunto, enquanto outros podem? Por que não estão previstos no PL 122 os crimes da heterofobia e da evangelicofobia? A melhor coisa a fazer, num país pacífico como o nosso (em comparação a outros, como a Uganda, por exemplo), é arquivar esse projeto de lei e punir exemplarmente os casos de homofobia comprovada.
Respeitosamente,
Ciro Sanches Zibordi
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