Deputado João Campos concede entrevista exclusiva ao CPAD News
Acontece hoje em Brasília, Marcha da Família, uma iniciativa das principais lideranças evangélicas com o objetivo de esclarecer o público brasileiro sobre as consequências que poderão trazer às famílias caso o Projeto de Lei 122/06 seja aprovado no Senado. O ato foi programado para acontecer em frente ao Congresso Nacional, em Brasília. A manifestação reúne comitivas e delegações contra o projeto que criminaliza a homofobia e dita regras para a união estável de pessoas do mesmo sexo. Os organizadores afirmam que o encontro também vai servir contra o “kit anti-homofobia” e outros projetos que tramitam no Congresso.
Pouco antes do início da manifestação, a equipe do CPAD News e da CPAD FM conseguiu, com exclusividade, uma entrevista com o deputado João Campos (PSDB – GO), presidente da Frente Parlamentar Evangélica. Acompanhe abaixo alguns pontos da entrevista concedida nesta tarde.
Manifestação em Brasília
"É um momento muito positivo, porque estamos vendo aqui em Brasília uma multidão em apoio às nossas iniciativas de enfrentamento ao PLC 122. E é bom sempre deixar claro que nós somos contra - a Frente Parlamentar Evangélica, os cristãos de uma forma em geral - nós somos contra qualquer atitude homofóbica. Nós somos ao mesmo tempo contra o PL 122, porque embora queira prevenir a homofobia, ao criminalizá-la, mas ofende outros que são imprescindíveis à democracia e à sociedade brasileira, que é a livre manifestação do pensamento, o direito de expressão que é um dos pilares da democracia. E o PLC 122, da forma como foi redigido, da forma como foi concebido, ele de um lado tenta criminalizar a homofobia, e aí, nós não temos nada contra, mas de outro lado, busca subtrair direitos fundamentais da sociedade brasileira e não apenas do segmento evangélico que são valores como os que eu me referi, como livre manifestação do pensamento, a inviolabilidade da crença, da consciência e a gente não pode permitir. Estamos na defesa da sociedade, na defesa da Constituição Brasileira".
"Evidentemente, que se esse projeto, em algum momento se ajustar ao texto constitucional, terá nosso apoio. Mas, não é a hipótese, porque o movimento homossexual tem radicalizado e não tem permitido alterações profundas que se adéqüem ao texto constitucional".
"O ato público teve início às 15 horas, com o apoio da Frente Parlamentar Evangélica, do Senado, da Bancada Católica, da Frente da Família e do segmento evangélico em geral. É um ato pacífico, como é próprio do povo de Deus, um ato ordeiro em defesa da Constituição e desses valores que são imprescindíveis à sociedade brasileira".
Abaixo-assinado
"Essa é uma das iniciativas inteligentes. Há uma compreensão dentro do parlamento, quer seja na Câmara ou no Senado, de que o PL, de fato, é inconstitucional, e por isso, nós temos maioria na Câmara e no Senado; embora, o Projeto esteja no Senado. Iniciativas dessa natureza, como esse abaixo-assinado, quer o abaixo-assinado propriamente dito, onde as pessoas vão e assinam o seu nome; quer o abaixo-assinado eletrônico, via internet, ajuda a consolidar esse entendimento na Casa, de que a sociedade também teve essa percepção de que esse projeto é ruim, é imprestável e por isso deve ser rejeitado. Na medida em que a sociedade se manifesta, o senador, o deputado federal, que já tem o seu convencimento, ele se sente mais confortável, porque ele percebe que, além da convicção dele, essa convicção tem respaldo na sociedade. Então, essas iniciativas são dignas de louvor".
Kit anti-homofobia
"A Frente Parlamentar Evangélica já vem trabalhando nesse tema desde fevereiro último. Mas, como o Governo se colocava indiferente, insensível às nossas abordagens, nas últimas semanas, nós tivemos que endurecer e fazer um enfrentamento ao Governo; enfrentar o ministro da Educação, pedir exoneração dele, obstruir as votações aqui na Casa e outra série de providências que a Frente Parlamentar Evangélica decidiu adotar. Só com isso, enfrentando o Governo, acuando o Governo, é que a presidente Dilma, na quarta-feira passada, determinou que o ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria Geral da Presidência da República, nos recebesse logo pela manhã, no Palácio, em nome dela, para dizer que ela também havia assistido ao vídeo na noite anterior e que tinha concluído, assim como nós, de fato, esses vídeos, esse material, o kit anti-homofobia, é imprestável, é inadequado, impróprio, para crianças, jovens e adolescentes. E ela foi mais longe, até numa postura que se identifica com a nossa dizendo que, ela havia proibido a distribuição desse material; e não apenas desse, mas de um conjunto de outros materiais produzidos pelo Governo através do Ministério da Saúde, também impróprios, inadequados. Ela proibiu a distribuição de todos e no garantiu que, daqui para frente, o Governo não terá iniciativas que interfiram na vida privada. Nesse particular, a presidente Dilma teve uma postura de estadista e merece nosso aplauso".
"Defendemos um material que tenha o foco da cidadania, onde possa inculcar valores na vida das crianças, dos jovens, dos adolescentes, em relação a qualquer pessoa, e não em relação apenas a uma minoria que compõe a sociedade".
Considerações finais
"Queremos dizer que a família tem voz no Parlamento Brasileiro. Nós estamos atentos e vigilantes, não só em relação a essa matéria, mas a outras matérias também perniciosas. Contem conosco!"
Redação CPAD News
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